Wilker Dias: “Nenhum Candidato Ordenou Disparos, Foi a PRM que Alvejou o Povo”

Ativista Wilker Dias afirma que a PRM é responsável por disparos contra o povo e não os candidatos, pedindo transparência eleitoral

Ativista Wilker Dias afirma que a PRM é responsável por disparos contra o povo e não os candidatos, pedindo transparência eleitoral

Durante o programa "Plantão Informativo", transmitido ontem e apresentado pelo jornalista Orlando Macuácua, o activista social e político moçambicano Wilker Dias fez duras declarações a respeito dos recentes protestos populares e da actuação da Polícia da República de Moçambique (PRM).
 
Dias, que falava directamente da província de Nampula, afirmou que nenhum candidato presidencial ordenou os disparos contra os manifestantes e atribuiu a responsabilidade unicamente à PRM, afirmando que a força policial é a responsável pela violência nas manifestações pós-eleitorais que ocorrem em diversas províncias do país.
 
Segundo Wilker Dias, os disparos ocorreram após interações diretas entre os manifestantes e a PRM, resultando em vítimas e detenções, sobretudo em Nampula.
 
O activista destacou que a situação é caótica e manifestou sua insatisfação com o modo como a polícia tem conduzido suas acções.
 
"Quem deve ser responsabilizado por estas mortes é o comandante da polícia, que está instruindo mal os seus agentes", declarou Dias, insistindo que a responsabilidade pelos óbitos e feridos é inteiramente da corporação policial.
 
Dias também destacou que, ao contrário do passado, em que o partido RENAMO costumava liderar protestos para questionar os resultados eleitorais, agora é o próprio povo que se organiza e sai às ruas em busca de justiça e transparência no processo eleitoral.
 
Em suas palavras, a população está “cansada” de esperar por uma política que realmente atenda às suas necessidades, e a reacção popular nas ruas demonstra uma crescente insatisfação com o cenário político do país.
 
Além das questões ligadas à violência policial, Wilker Dias aproveitou a ocasião para destacar falhas no apuramento dos votos. Segundo ele, o processo tem sido conduzido de maneira que prejudica a legalidade e transparência das eleições, causando desconfiança no seio da população.
 
"A contagem é feita de forma deficitária, atropelando a legislação eleitoral", afirmou. Ele relembrou casos anteriores, como o ocorrido em Gurué no ano passado, onde, segundo Dias, o apuramento não seguiu os trâmites previstos, e os partidos políticos não foram devidamente informados ou incluídos nos processos de verificação dos resultados. “Sem transparência, qualquer vitória de um candidato será vista com suspeitas pela população”, disse ele. (alert-success)
 
Wilker Dias também alertou para as crescentes tensões, que, segundo ele, não estão sendo devidamente tratadas pelas autoridades. Ele destacou que, além dos actos violentos, muitas pessoas têm sido presas arbitrariamente em várias partes do país, com destaque para os casos de detenção de manifestantes em Pemba, Chimoio e Nampula.
 
“Estão sendo presas pessoas que simplesmente carregavam cartazes, expressando o seu desejo e indignação com o rumo das coisas”, afirmou o activista. Dias elogiou o trabalho da Ordem dos Advogados de Moçambique, que está empenhada em acompanhar juridicamente os casos e em garantir que os direitos dos detidos sejam respeitados. (alert-success)
 
Para o activista, o caminho para a paz social no país passa pela transparência das instituições e pela abertura de diálogo. Ele apelou aos órgãos de Justiça para que atuem de forma imparcial e também sugeriu que o candidato declarado vencedor pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) se pronuncie publicamente para tentar acalmar os ânimos.
 
“Esta é uma oportunidade para o próprio candidato eleito se mostrar aberto ao diálogo e sensível aos problemas do povo. É importante que as pessoas nas ruas sejam ouvidas, e que aquelas que estão detidas sejam libertadas, se estiverem em situação injusta”, completou. (alert-success)
 
Dias finalizou sua declaração com um apelo à compaixão e ao bom senso por parte das lideranças políticas do país. Ele acredita que uma abordagem justa e conciliadora pode evitar a escalada de conflitos e destacou que o impacto maior de toda essa situação é sentido pelo povo, que sofre com as acções da polícia e com a falta de transparência.
 
Segundo o activista, “as redes sociais nunca estiveram tão críticas e tão caóticas como agora”, reflectindo a gravidade da situação e a urgência de medidas para restaurar a paz e a confiança da população.

VEJA O VIDEO NA FONTE: TV SUCESSO

 
Para Wilker Dias, o momento é crítico e exige que todos os envolvidos, especialmente as lideranças políticas e as forças de segurança, ajam com responsabilidade.

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