A curiosa história do mosaico erótico roubado na Segunda Guerra

O roubo de obras de arte foi uma prática comum durante a Segunda Guerra Mundial. 80 anos depois do fim do conflito, uma dessas peças foi devolvida para seu país de origem: Itália. Mais precisamente, no Parque Arqueológico de Pompeia, nos arredores de Nápoles.



Trata-se de um mosaico “doado” a um cidadão alemão por um capitão da Wehrmacht, responsável pela cadeia de suprimentos militar na Itália durante a guerra, que se estendeu de 1939 a 1945. Segundo um comunicado, herdeiros do último proprietário entraram em contato com a polícia italiana (Carabinieri) em Roma pedindo informações sobre como devolver o mosaico ao Estado italiano. 



Após investigações, ficou confirmado que se tratava de uma obra pertencente ao patrimônio estatal roubada durante a guerra. A partir daí, uma expedição diplomática organizada pelo Consulado Geral da Itália em Stuttgart, na Alemanha, trabalhou pela repatriação, concluída em setembro de 2023. 


Painel pode ter decorado o chão de um quarto de uma domus ou vila (Imagem: Divulgação)



Perguntas sem respostas





O mosaico representa um casal de amantes em uma cena erótica, com uma mulher seminua em frente a um homem deitado na cama, provavelmente da região do Vesúvio. Arqueólogos acreditam que a obra data do final do século I a.C. ao século I d.C. e pode ter decorado o chão de um quarto de uma domus ou vila.



Enquanto aguarda análise e estudo mais aprofundados, o painel será exibido temporariamente no Antiquário de Pompeia para permitir sua conservação e proteção, bem como acesso público.



“Cada artefato saqueado que retorna é uma ferida que se cura, por isso expressamos nossa gratidão à Unidade de Proteção por seu trabalho”, disse Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia. “A ferida não reside tanto no valor material da obra, mas em seu valor histórico; um valor severamente comprometido pelo tráfico ilícito de antiguidades.”


Repatriação foi concluída em setembro de 2023 (Imagem: Divulgação)



“Não sabemos a procedência exata do artefato e provavelmente nunca saberemos; conduziremos estudos e análises arqueométricas adicionais para apurar sua autenticidade e reconstruir sua história na medida do possível”, acrescentou. “O estudo, o conhecimento e o desfrute público desse patrimônio são as flores de lótus que crescem na lama dos roubos motivados pela ganância e pelo egoísmo daqueles que roubam artefatos arqueológicos da comunidade.”



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Viajando pela história





Agora, o mosaico integra um museu dedicado à preservar e mostrar o rico patrimônio de Pompeia, a antiga cidade romana soterrada pela erupção do Vesúvio em 79 d.C. Atualmente, o Antiquário de Pompeia abriga artefatos escavados em sítios arqueológicos da região, incluindo outros mosaicos, esculturas, cerâmica e objetos do cotidiano.


Painel está sendo exibido temporariamente no Antiquário de Pompeia (Imagem: Divulgação)



Originalmente, o museu funcionava no Palácio Bourbon de Nápoles, mas o aumento do acervo exigiu um novo espaço. O prédio atual recebe mais de 2,5 milhões de visitantes anualmente — um sobrevivente dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial e do terremoto de 1980.


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