Pesquisadores da Universidade de Otago descreveram em um artigo uma nova espécie (já extinta) de pato-ferrugem, habitantes das Ilhas Rēkohu Chatham, um arquipélago a 785 quilômetros a leste da Nova Zelândia.
Trata-se de uma linhagem de aves que chegou à região há 390.000 anos — sim, pode parecer um curto período de tempo, mas foi o suficiente para as qualidades físicas do animal passarem por significativas transformações influenciadas pelo ambiente.
“Naquela época, o pato-ferrugem de Rēkohu desenvolveu asas mais curtas e robustas e ossos das pernas mais longos, indicando que estava trilhando o caminho para a incapacidade de voar”, explica Nic Rawlence, coautor principal do artigo.
Esquema da reprodução e distribuição anual do pato-ferrugem-de-Tadorna (Imagem: Reprodução)
Uma vida de adaptações
Abundância de alimentos, falta de predadores terrestres e condições de vento foram os principais fatores para as mudanças que tornaram dispensável o voo dos pássaros. Foi um caso típico de “use ou perca as asas”.
“Voar é energeticamente caro, então se você não precisa voar, por que se preocupar?”, questiona a coautora principal, Dra. Pascale Lubbe. “Os ossos das pernas mais longos são mais robustos para suportar mais músculos e criar maior força para a decolagem – necessário quando você tem asas menores.”
Com base em análises de DNA antigo e do formato dos ossos, os pesquisadores observaram que o pato-real de Rēkohu é o mais próximo do pato-real do paraíso de Pūtangitangi, que vive no continente.
A caça excessiva levou à extinção do pato-real de Rēkohu antes do século XIX. Segundo o estudo, ele passou mais tempo no chão do que seu primo, comprovando como as aves podem se adaptar rapidamente à dinâmica de ilhas isoladas.
Vista comparativa dos elementos esqueléticos de T. rekohu e T. variegata (Imagem: Reprodução)
Leia Mais:
* Nova aranha-saltadora é descoberta na Nova Zelândia
* Nunca registramos tantas espécies diferentes no oceano profundo como agora
* O que são dodôs? Conheça espécie extinta e como ciência quer revivê-la
Conectando gerações
Publicado no periódico Zoological Journal of the Linnean Society, o artigo ajuda a escrever mais um capítulo de espécies de aves aquáticas que habitavam a ilha antes da colonização humana.
O nome científico “Tadorna rekohu” e o nome comum “Rēkohu shelduck” do pato-ferrugem foram dados aos pesquisadores pelo Hokotehi Moriori Trust, organização que representa o povo Maori, considerado “guardião” da fauna e flora de Rēkohu Chatham.
34 espécies e subespécies que vivem na região não foram encontradas em nenhum outro lugar (Imagem: deLoon/Shutterstock)
“A descoberta é ótima para Rēkohu como um todo e ajuda a conectar imi (tribo) Moriori com miheke (tesouro) do passado”, disse o CEO da entidade, Levi Lanauze.
Cerca de 34 espécies e subespécies que vivem na região não foram encontradas em nenhum outro lugar da Terra, incluindo o pombo-parea da Ilha Chatham, espécie ameaçada de extinção, e o extinto saracura-de-hawkin.
O post A ilha na Nova Zelândia que ‘transformou’ aves nativas apareceu primeiro em Olhar Digital.
http://dlvr.it/TMYx0Z
Trata-se de uma linhagem de aves que chegou à região há 390.000 anos — sim, pode parecer um curto período de tempo, mas foi o suficiente para as qualidades físicas do animal passarem por significativas transformações influenciadas pelo ambiente.
“Naquela época, o pato-ferrugem de Rēkohu desenvolveu asas mais curtas e robustas e ossos das pernas mais longos, indicando que estava trilhando o caminho para a incapacidade de voar”, explica Nic Rawlence, coautor principal do artigo.
Esquema da reprodução e distribuição anual do pato-ferrugem-de-Tadorna (Imagem: Reprodução)
Uma vida de adaptações
Abundância de alimentos, falta de predadores terrestres e condições de vento foram os principais fatores para as mudanças que tornaram dispensável o voo dos pássaros. Foi um caso típico de “use ou perca as asas”.
“Voar é energeticamente caro, então se você não precisa voar, por que se preocupar?”, questiona a coautora principal, Dra. Pascale Lubbe. “Os ossos das pernas mais longos são mais robustos para suportar mais músculos e criar maior força para a decolagem – necessário quando você tem asas menores.”
Com base em análises de DNA antigo e do formato dos ossos, os pesquisadores observaram que o pato-real de Rēkohu é o mais próximo do pato-real do paraíso de Pūtangitangi, que vive no continente.
A caça excessiva levou à extinção do pato-real de Rēkohu antes do século XIX. Segundo o estudo, ele passou mais tempo no chão do que seu primo, comprovando como as aves podem se adaptar rapidamente à dinâmica de ilhas isoladas.
Vista comparativa dos elementos esqueléticos de T. rekohu e T. variegata (Imagem: Reprodução)
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Publicado no periódico Zoological Journal of the Linnean Society, o artigo ajuda a escrever mais um capítulo de espécies de aves aquáticas que habitavam a ilha antes da colonização humana.
O nome científico “Tadorna rekohu” e o nome comum “Rēkohu shelduck” do pato-ferrugem foram dados aos pesquisadores pelo Hokotehi Moriori Trust, organização que representa o povo Maori, considerado “guardião” da fauna e flora de Rēkohu Chatham.
34 espécies e subespécies que vivem na região não foram encontradas em nenhum outro lugar (Imagem: deLoon/Shutterstock)
“A descoberta é ótima para Rēkohu como um todo e ajuda a conectar imi (tribo) Moriori com miheke (tesouro) do passado”, disse o CEO da entidade, Levi Lanauze.
Cerca de 34 espécies e subespécies que vivem na região não foram encontradas em nenhum outro lugar da Terra, incluindo o pombo-parea da Ilha Chatham, espécie ameaçada de extinção, e o extinto saracura-de-hawkin.
O post A ilha na Nova Zelândia que ‘transformou’ aves nativas apareceu primeiro em Olhar Digital.
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