Os dinossauros podiam abanar o rabo igual cachorrinhos?

Os dinossauros muitas vezes são retratados na mídia como “lagartos gigantes e assustadores”, mas e se, na verdade, eles pudessem mexer o rabinho (ou cauda) tal qual um cachorro doméstico? É mais ou menos isso que revelou uma pesquisa realizada pelo Museu de História Natural de Berlim.



O novo estudo foca na cauda desses antigos habitantes do nosso planeta. Filmes e animações mostram dinossauros arrastando ou mantendo a cauda estática, mas evidências fósseis indicam que a posição natural era paralela ao chão, conforme informações do IFLScience.



Quais funções a cauda dos dinossauros exercia?





Verónica Díez Díaz, funcionária do museu alemão, explica que a cauda desempenhava funções complexas de equilíbrio, locomoção e comunicação. A cauda podia funcionar como uma ferramenta multifuncional, ajudando na propulsão das patas traseiras e servindo como defesa.


Saurópodes viveram há cerca de 94 a 101 milhões de anos (Imagem: Daniel Eskridge/iStock)



Assim como a cauda de um cão sinaliza emoções ou ameaça, os saurópodes podiam utilizá-la para comunicação ou intimidação. Apesar de comportamentos não ser possível afirmar isso com base nos fósseis, eles ajudam os cientistas a levantar hipóteses e fazer suposições.



Testes e simulações





A equipe de Díaz utilizou reconstruções 3D e simulações biomecânicas para analisar a amplitude de movimento do Giraffatitan. Foi descoberto que a cauda podia se curvar como a de um cão ou dobrar em direção aos tornozelos, revelando uma mobilidade surpreendente e desafiando a visão de que esse membro era completamente estático.



O estudo começou com a análise detalhada de ossos fossilizados, observando marcas de músculos e tendões que serviram como pistas para entender a real função das caudas. Esses dados foram comparados com espécies vivas de parentes dos dinossauros (como aves e crocodilos), antes de serem aplicados em modelos digitais que recriam o movimento do animal.


cauda de crocodilo Imagem: TheNoteTravel/Shutterstock



Além de expandir o conhecimento sobre a anatomia do Giraffatitan, a pesquisa permite entender padrões de locomoção precisos. Simulações biomecânicas ajudam a estimar a velocidade, necessidades metabólicas e distâncias percorridas durante migrações, oferecendo uma visão detalhada do ecossistema desse período.



Importância do estudo





O trabalho também possibilita compreender a interação entre diferentes espécies de saurópodes. Comparar caudas e movimentos auxilia na reconstrução de como os animais se deslocavam em grupo, se defendiam e evitavam conflitos, mostrando a complexidade das relações entre espécies naquele período.



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O estudo abre caminho para pesquisas futuras com saurópodes da formação Tendaguru, na Tanzânia. Cada nova simulação permite entender melhor a evolução, comportamentos e interações desses animais, aproximando a ciência de responder perguntas antigas sobre como viviam, se comunicavam e dominavam os ecossistemas.


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